Tenho me questionado muito sobre a relevância da vida cristã de nossos jovens. Eu me incluo neste grupo, por também me considerar um jovem, mesmo já sendo pai de família e com alguns fios de cabelos brancos reluzindo em minha cabeça!
Na último censo do IBGE, foi constatado que, o número de evangélicos no Brasil cresceu mais de 16 milhões, entre os anos de 2000 à 2010. Que maravilha irmãos! Podemos afirmar então, diante desses dados, que com este aumento da população evangélica, o número de assassinatos diminuiu no nosso país? Não. A corrupção diminui? Não. Então, os salários dos professores aumentou? Não. Mas, pelo menos as igrejas estão mais unidas buscando trazer o Reino de Deus, aonde estão localizadas? Essa é a mais fácil: NÃO!
Toda essa irrelevância da igreja na sociedade atual atinge em cheio também os jovens evangélicos. Cada vez mais, a programação deles é mais recheada com programação gospel. É noite do cachorro quente, tarde do sorvete, noite do pijama, balada crente e por ai vai. Nossos jovens estão ficando cada vez mais dentro de um “gueto”. Gueto é aquele lugar onde todo mundo se conhece, as pessoas falam do mesmo jeito, frequentam os mesmos lugares, se vestem da mesma maneira, e não fazem a menor diferença em qualquer outro segmento. Esse termo “gueto” é bastante abordado num vídeo do Marcos botelho que você tem que assistir no youtube, chamado “gueto gospel”.
Uma certa vez, fui convidado para pregar numa festa de jovens, a festa ia ser na casa com piscina de um deles, e o tema seria: Festa tropical. A menina que me convidou, me pediu para trazer uma palavra “refrescante”, para combinar com o tema da festa! Fiquei incomodado, mas Deus compartilhou comigo um versículo naquele dia, uma palavra contida no evangelho de Mateus:
“Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”.
Mateus 10:39.
Chegando na festa realmente encontramos um clima tropical. Todos tomando suco de frutas, usando colar havaiano, as meninas também usando vestidos e saias tropicais, ou seja, o ambiente não estava nada propício para um momento com a palavra de Deus, Deus não estava naquele lugar. Mesmo assim fui chamado para “levar” a palavra. Como nunca antes, preguei com raiva, falei o texto de Mateus e expus como Jesus espera o comportamento de um jovem. Quero afirmar aqui, que não sou contra festas, pelo contrário, temos muitos motivos para festejar, mas estou falando de um extremo perigoso, de cair em um programação apenas festiva, muitas vezes para satisfazer os nossos desejos por diversão, e deixar Deus completamente de fora, e dizer no final que somos jovens de Jesus. Sei que, terminei de falar e logo a pessoa que ficou responsável por me dar uma carona de volta pra casa decidiu me levar embora, enquanto a festa tropical continuava, resumindo, fui expulso da festa!
Outra parte que os jovens vem tornando cada vez menos relevante em nossas igrejas, é o louvor. Influenciados por uma potestade chamada: prosperidade. Nossas músicas não adoram mais a Deus, e sim a nós mesmos. As letras das músicas só confirmam o sentimento de que Deus tem que fazer tudo ao meu favor, e se não fizer? Então é só mudar de igreja, o problema devia ser o pastor! No livro de Amós, Deus pede para parar com o barulho de “canções religiosas” e prefere justiça e honestidade:
“Parem com o barulho das suas canções religiosas;
não quero mais ouvir a música de harpas.
Em vez disso quero tanta justiça como as águas de uma enchente
e que a honestidade seja como um rio que não para de correr”.
Amós 5:23 e 24.
A vida de Tiago e João
Os irmãos Tiago e João foram os discípulos mais jovens entre os doze. Quando Jesus os chamou, ele estavam pescando com seu pai. Um jovem daquela época só tinha duas opções na vida: seguir o ofício da sua família, ou se dedicar aos estudos junto a um rabino (que quer dizer mestre). Jesus chamou os dois e eles imediatamente largaram a pescaria e se juntaram ao rabino Jesus.
Por serem jovens, Jesus sabia que precisava tratar Tiago e João com mais carinho, logo, colocou um apelido neles: Filhos do Trovão (Marcos 3:17). Jesus queria que eles ficassem a vontade no grupo, que eles pudessem ter um relacionamento com Ele, de uma maneira natural e familiar.
Mas, Tiago e João, não estavam isentos de egoísmos e desejos típicos da juventude. Certa vez, os dois jovens discípulos perguntaram a Jesus se podiam mandar descer fogo dos céus para consumir um povoado que não quis recebê-lo. Jesus responde que: “ o filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. (Lucas 9:56).
Em outro exemplo da dupla de irmãos que quase deu briga entre os discípulos (bem, se deu briga não foi registrado na bíblia), foi o pedido deles para Jesus que na sua glória um ficasse assentado a direita e outro a esquerda, tipo dando uma de “amigo do chefe”. Os outros discípulos ficaram irados com este pedido, Jesus interviu na discussão e disse: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. (Marcos 10:45).
Depois destas e outras, Tiago e João foram aprendendo a lição. No momento da crucificação de Jesus quem era o único discípulo que estava presente junto com outras mulheres? João. Os anos se passam, a igreja primitiva enfrenta diversas perseguições, e aquele garoto João, já está mais maduro, sofre junto com a igreja, vê amigos sendo apedrejados, insultados e mortos. Já bem velho, João está preso numa ilha, e num momento especial com Deus, é relevado para João todo o final da história, um privilégio para João. Jesus revela para ele o último capitulo que Deus escreve para a humanidade, a cena é tão forte para João, que ele cai no chão ao ver tanta Glória. João se torna responsável por escrever o último livro da Bíblia, o livro de Apocalipse. Tiago também escreveu uma epístola, registrando um versículo muito relevante, encorajando-nos ter uma fé que dá frutos: “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tiago 2:17)
Que a vida cristã de nossos jovens possa ser influenciada pela vida de relevância de Tiago e João. Uma vida cheia de conhecimento de Deus, e arraigada na videira verdadeira, não tem espaço para o mundo gospel, e sim, influencia o mundo nos caminhos do Senhor.